Saúde Alerta – Vai um remedinho aí? 3062r
qua, 18 de outubro de 2017 05:302c3h5i
Os benzodiazepínicos habitam nossas mesinhas de cabeceira e as nossas bolsas. São pílulas para as dores da vida, a garantia de que a insônia não nos encontrará, de que o monstro da ansiedade permanecerá adormecido. São sofrimentos milagrosamente eliminados por essas drogas prodigiosas, mas por sua vez, viciantes.
Pacientes que tomam medicamentos do tipo benzodiazepínicos aumentam o risco de demência em até 82%, segundo o colégio americano de psiquiatras e neurologistas.
Hoje, estima-se que 50 milhões de pessoas façam uso diário de benzodiazepínicos, sendo a maior prevalência encontrada entre as mulheres acima de 50 anos.
Os benzodiazepínicos são responsáveis por cerca de 50% de toda a prescrição de psicotrópicos. Um em cada 10 adultos recebe prescrições de benzodiazepínicos a cada ano, a maioria feita por clínicos gerais.
No excelente filme “August: Osage County” (Álbum de família, na versão em português), as mulheres geralmente resolvem os seus problemas com pílulas, enquanto os homens o fazem através do álcool. Nele pudemos ver Meryl Streep mostrando magistralmente esta realidade dramática que envolve o consumo regular e descontrolado de benzodiazepínicos.
Este filme não deixa de ser uma amostra real do que muitos especialistas estão encontrando hoje em dia: pessoas viciadas em drogas legais prescritas por seus médicos. Os pacientes precisam a cada dia de uma dose maior para se sentirem bem, e há idosos que consomem há décadas a sua pequena “pílula” para dormir e agora veem a sua qualidade de vida comprometida.
Essa classe de medicamentos foi aprovada nos anos 1960 nos Estados Unidos cuja finalidade é o tratamento primário para a insônia, ansiedade, transtorno de estresse pós-traumático, transtorno obsessivo-compulsivo e outras condições.
A sua indicação depende, muitas vezes, do tempo que produzem o efeito de sedação no organismo. Os de longa duração (de oito a dezesseis horas) são utilizados no tratamento de epilepsia, úlceras e hipertensão arterial; os de ação média (quatro a seis horas) são istrados para tratar insônia e os de curta ação (imediata) são utilizados como anestésicos e sedativos.
Atuam no Sistema Nervoso Central, o qual é constituído por estruturas como o cérebro e a medula, o sistema é responsável por receber e processar informações.
Os benzodiazepínicos são utilizados para o tratamento de transtorno do pânico, ansiedade generalizada, insônia, abstinência alcoólica, epilepsia, perturbações afetivas.
Estes fármacos têm por alvo mecanismos que envolvem o neurotransmissor GABA (sigla para ácido gama-aminobutírico). Um neurotransmissor é uma substância que realiza a comunicação de um neurônio com o outro, pois eles não se tocam.
O GABA é responsável pela sensação de relaxamento, ou seja, na presença dele, os neurônios vão se comunicando em rede e avisando a todo o corpo que é hora de relaxar.
Citamos velhos conhecidos da população como o diazepam (nome comercial Valium), clonazepam (nome comercial Rivotril), bromazepam (nome comercial Lexotan) e alprazolam (nome comercial Frontal), cloxazolam (nome comercial de Olcadil); lorazepam (nome comercial de Lorax), dentre outros.
O argumento para limitar o uso de benzodiazepínicos é particularmente forte para os pacientes com 65 anos ou mais, em decorrência de alguns efeitos adversos que foram associados ao uso dos mesmo, tais como: perda de memória, perda de concentração, dificuldade motora, reação paradoxal (maior excitação depois do uso), indiferença afetiva, quedas, fraturas, tontura, zumbidos, sensação de ressaca (sonolência excessiva) e dependência.
Tudo isso nos leva a uma conclusão muito clara: o uso injustificado a longo prazo desses medicamentos deve ser considerado um problema de saúde pública.
Aproximadamente 50% dos pacientes que usam benzodiazepínicos por mais de 12 meses evoluem para síndrome de abstinência.
Segundo uma revisão dos dados de 9.000 pacientes canadenses descobriu-se que aqueles que tomaram a droga por um período superior a três meses, mas inferior a 180 dias, tiveram risco aumentado de desenvolver a doença em 32%.
Quando o período de uso de um benzodiazepínico a de seis meses, o risco chega a 82%.
Embora seja apenas uma correlação, e não uma demonstração de que realmente esses remédios sejam responsáveis pelo surgimento do Alzheimer, há muitas razões para evitar essa classe de drogas como primeira escolha.
Uma primeira alternativa seria os antidepressivos. A pesquisa atual é extremamente clara e médicos precisam fazer parcerias com seus pacientes para movê-los para outras terapias, como antidepressivos, que são comprovadamente mais seguros e eficazes.
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