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Coluna: Direito e Justiça (15/05) 6a1c37

qui, 15 de maio de 2025 14:42

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E os Males Espalharam-se Pelo Mundo…:

 

1 – Figura à esquerda (em cima): – Pandora abrindo a malfadada caixa.

2 – Figura à esquerda (em baixo): – Os males escapam e saem pelo mundo.

3 –Figura à direita: – Bem no fundo da caixa, restou a esperança.

– A Caixa (ou jarro) de Pandora simboliza a origem e a presença de todos os males, pestes e pragas que afligem e avassalam a humanidade desde sempre. Foi um castigo de Zeus, enfurecido pelo fato do titã Prometeu haver dado (ou furtado) o fogo divino, dando-o de presente para os homens, que ele mesmo, Prometeu, havia criado, abrindo-lhes, assim, a porta ampla para a rápida obtenção de um conhecimento e de um progresso jamais imaginados ou permitidos.

– A fúria extrema de Zeus justificava-se plenamente, pois o presente do fogo aos homens iria permitir-lhes aquecerem-se, cozinhar, forjar metais e, simbolicamente, avançar sem limites em conhecimento e tecnologia. Com tudo isso à sua disposição, cedo ou tarde, a humanidade poderia dispensar o auxílio e até negar culto e reverência aos deuses olímpicos, tornando-os inteiramente dispensáveis.

– Pandora recebeu de Zeus a instrução (ardilosa) de que a caixa jamais deveria ser aberta. Todavia, ela cedeu à curiosidade e liberou do seu interior todos os infortúnios e males, como dor e doença, sobre os seres humanos, tendo apenas a esperança permanecido no fundo da caixa, tornando-se, assim, um símbolo importante de alento e resiliência ao longo de toda a história humana

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O Mito de Pandora:

 

Na mitologia grega, Pandora foi a primeira mulher, tendo sido criada pelos deuses Hefesto (Vulcano) e Atena (Minerva), a pedido (ou ordem) de Zeus (Júpiter), o deus supremo, senhor dos céus, dos raios e dos trovões, para punir a humanidade por ter recebido o fogo, que lhe foi dado (ou furtado) pelo titã Prometeu sem o seu consentimento.

Mas, na verdade, Zeus estava muito mal-intencionado, não aceitando que os homens tivessem a posse do fogo sagrado, visto que o o a ele iria possibilitar-lhes uma nova era, permitindo obter conhecimento e progresso de forma rápida e eficaz e, quem sabe, prescindir do auxílio e até mesmo dispensar o culto e a reverência que prestavam até então aos deuses olímpicos, os quais se achavam imprescindíveis.

Por isso, Zeus deu de “presente” a Pandora, que era uma linda e insinuante mulher, além de todos os dons femininos capazes de seduzir os homens por sua graça e astúcia naturais, também uma estranha caixa (ou jarro), recomendando-lhe expressamente que jamais a abrisse fossem quais fossem as circunstâncias. Conselho (ou malícia) que se mostraria inútil (e desnecessário), porque haveria de chegar o dia (como de fato chegou) em que Pandora, consumida por uma curiosidade irresistível e urgente, abriu cuidadosamente (ela assim pensava) a fatídica “Caixa de Pandora” (nome pelo qual o maléfico objeto ou a ser conhecido).

Ai, que tragédia! Do escuro interior da malfadada caixa, sem possibilidade de impedir, saíram voando para longe (e inalcançáveis) todos os infortúnios deste mundo, que se espalharam rapidamente e nunca mais voltariam a ser enclausurados. Desse modo, todos os males, pestes e pragas, soltos daquela caixa, ariam a afligir dali para diante a infeliz e falsamente agraciada humanidade: a doença, a dor, o desespero, a depressão, a maldade, a injustiça, a desonra, a vaidade, a soberba, a ira, o ódio, a inveja, a guerra, a desonestidade, a mentira, a cobiça, a gula, a preguiça, etc.

Somente um item não se escapou da caixa (talvez porque não o quis) e permaneceu ao alcance de Pandora e dos seres humanos: a esperança, que, no frigir dos ovos e com o ar do tempo, é de fato o último esteio em que uma pessoa poderá apoiar-se, quando nada mais de bom lhe restar. Pois, ela, a esperança, foi, é e será sempre a última a ir embora, a derradeira a desistir e a deixar-nos entregues à própria sorte.

E qual seria o significado moral do mito de Pandora? Trata-se de uma explicação fantasiosa e bastante simplificada e objetiva da origem e da presença do mal (ou dos infortúnios) no mundo, bem como uma reflexão sobre a curiosidade, a culpa e a esperança, em que surgem atitudes positivas e negativas, gerando consequências.

O mito ilustra bem a dualidade entre os perigos da curiosidade desenfreada, insensata e irresponsável, que pode desencadear efeitos deletérios irreversíveis e a persistência (eu diria teimosia) da esperança, que oferece consolo e sustentação diante da adversidade, constituindo-se num elemento de resiliência até mesmo em face do caos.

 

Apesar de todos os pesares, a esperança, com sua humildade e aparente fragilidade, no fim de tudo poderá ser inteiramente capaz de superar todas e quaisquer adversidades que possam ser colocadas em nossas vidas, sendo ela a maior dádiva ofertada aos seres humanos, homens e mulheres cristãos, por um Deus vivo e único, que nos permite o livre arbítrio, para que possamos fazer as nossas escolhas e colher exatamente o que tivermos plantado, resgatando as culpas adas e presentes (através das múltiplas reencarnações), se, como, quando, onde e o quanto for necessário.

Finalizando, devo ressaltar que, hoje em dia, “abrir a caixa de Pandora” é uma expressão popular usada para descrever ações ou atitudes que têm consequências irreversíveis, irreparáveis e potencialmente catastróficas. Quanto ao castigo imposto por Zeus a Prometeu, deixo para discorrer sobre isso em uma outra Coluna Direito e Justiça, visto que o fato de haver entregue o fogo aos humanos causou-lhe sérias e dolorosas consequências.

 

P. S.:

Mitologia:

– Mitologia é o estudo e o conjunto de narrativas (mitos) que explicam a visão e a origem de mundo, as crenças religiosas, os deuses, os heróis, a natureza e que são parte essencial da história e da cultura de um grupo ou povo. Assim, temos a mitologia grega (e por extensão greco-romana), a mitologia celta, a mitologia nórdica (ou viking), a mitologia hindu, a mitologia chinesa, a mitologia japonesa, e entre nós, a mitologia indígena brasileira, etc.

Mitos:

– Mito é uma palavra de origem grega, “mythós” e refere-se a narrativas fantásticas que explicam a origem de algo (como o universo ou o mundo), os deuses, os seres humanos, a natureza ou acontecimentos importantes para a cultura de um determinado grupo ou povo, sendo transmitidos de geração em geração sob forma oral ou escrita. Um conjunto uniforme de mitos compõe uma mitologia específica de um grupo, povo, região ou país.

Lenda:

– Lenda é uma narrativa de caráter fantasioso, transmitida pela tradição oral através dos tempos. Assume o caráter maravilhoso ou fantástico em que um fato histórico, combinado com fatos irreais ou imaginários, amplia-se e transforma-se com o ar do tempo e sob o efeito da evocação poética ou da memória popular. Eventualmente, uma lenda pode ser também verdadeira, total ou parcialmente.

 

Araguari – MG, 13 de maio de 2025.

Rogério Fernal .`.

1 Comentário 5z5271

2c3h5i

  1. Eliane disse:

    Quando a Pandora viu que os males estavam saindo, ela rapidamente fechou a caixa sobrando a Esperança. A primeira vez que vi o Mito de Pandora foi na escola no Primeiro Colegial e foi no livro de Inglês.

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