Coluna Médica (15/07) 12491j
qui, 15 de julho de 2021 08:172c3h5i
1-O que é Adenomiose?
A adenomiose, doença pouco conhecida, é um transtorno caracterizado pela presença de glândulas e estroma endometrial (o revestimento interno do útero) dentro do miométrio (a camada muscular grossa do útero), podendo levar ao aumento das fibras musculares uterinas, com aumento do volume do útero. A adenomiose pode ser focal, envolvendo apenas o útero, ou difusa. Neste último caso, o útero torna-se mais pesado e volumoso.
As pacientes com adenomiose frequentemente também têm leiomioma ou endometriose.
2-Adenomiose e Endometriose são a mesma coisa?
A diferença entre adenomiose e endometriose é que a adenomiose caracteriza-se pela invasão do endométrio (tecido que reveste a parte mais interna do útero) no miométrio (parte muscular do útero), enquanto que na endometriose o endométrio cresce fora da cavidade uterina.
Já a endometriose é a presença de endométrio em outros locais que não o útero, tais como ovários, peritônio (tecido que recobre os órgãos), intestino, ligamentos localizados atrás do útero, região atrás do colo uterino.
Na adenomiose o tecido endometrial cresce por dentro da parede uterina (miométrio), desenvolvendo também glândulas do endométrio no mesmo local.
Por outro lado, a adenomiose acomete com mais frequência mulheres que já engravidaram ou que já foram submetidas a curetagem, miomectomia ou parto cesárea, ao contrário do que ocorre com a endometriose.
Portanto, adenomiose e endometriose não são a mesma coisa. As doenças são diferentes, apesar de ambas serem dependentes do hormônio estrogênio, o que significa que quanto maior é a exposição ao estrogênio, maior é o crescimento da doença.
3-E qual a semelhança entre elas?
A semelhança entre adenomiose e endometriose é que as duas estão relacionadas com infertilidade. Sabe-se que a endometriose está presente em até 50% das mulheres inférteis e a adenomiose em até 14% dos casos.
A endometriose pode surgir junto com a adenomiose em até 20% dos casos, o que eleva ainda mais os riscos de infertilidade.
Tanto na endometriose como na adenomiose, o objetivo do tratamento é combater o endométrio que está presente onde não deveria estar. O tratamento pode incluir medicamentos hormonais e não hormonais, além de cirurgias.
4-Qual é o impacto dessa doença na saúde da mulher?
Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma de cada 10 mulheres no mundo pode ter adenomiose. A doença pode afetar qualquer mulher que menstrue, independentemente da idade.
Em alguns casos, a doença pode não ter sintomas. Por isso, estima-se que muitas mulheres tenham adenomiose e nem saibam.
Ainda que benigna e muitas vezes assintomática, a adenomiose é uma doença com um grande impacto na qualidade de vida e responsável por cólicas menstruais intensas, sangramentos vaginais irregulares e algumas vezes abundantes, podendo causar desconforto e inchaço abdominal.
A adenomiose ocorre tipicamente em mulheres entre 35 e 50 anos, possivelmente porque nesta faixa etária as mulheres têm excesso de estrógeno. Perto dos 35 anos, as mulheres geralmente cessam a produção de progesterona, que equilibra os efeitos do estrógeno.
Após os 50 anos, devido à menopausa, as mulheres não produzem tanto estrógeno.
A causa é desconhecida e não há nenhuma forma de evitar a doença.
5-Quais são os fatores de risco pra adenomiose?
Menstruação excessiva e com cólicas; Menarca precoce; Idade acima dos 40 anos; Traumas uterinos, como cesariana; aborto espontâneo; endometriose; menorragia (sangramento vaginal irregular); infertilidade; curetagem por aborto; parto prematuro e hiperplasia endometrial (endométrio espessado).
6-Qual é o quadro clínico?
Os sintomas mais comuns são a cólica menstrual (dismenorreia) e a hemorragia uterina anormal (o sangramento intermitente é mais comum). Outros sintomas são a dor pélvica, dor durante a relação sexual (dispareunia) e sintomas compressivos (bexiga ou intestino) em úteros aumentados de volume. Contudo, 30-50% das mulheres são assintomáticas. A adenomiose associa-se ainda à infertilidade, abortamentos e complicações na gravidez.
De um modo geral, a intensidade dos sintomas está correlacionada com o grau de comprometimento uterino pelas lesões adenomióticas. Quanto maior o comprometimento do útero, mais exuberante serão os sintomas.
7-Como é feito o diagnóstico?
Além da investigação do histórico da paciente e da análise dos sintomas, no entanto, algumas pacientes não têm sintomas e o diagnóstico é feito acidentalmente. Muitas mulheres levam anos até serem diagnosticadas com adenomiose, já que é possível confundir a doença com outras enfermidades pélvicas. A adenomiose pode ser detectada em uma ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética.
A confirmação definitiva da doença só surge após o teste anatomopatológico, que consiste na retirada e análise do útero macro e microscopicamente.
8-A Adenomiose deve ser sempre tratada?
Não, a Adenomiose deve ser tratada somente quando causa problemas e impacto na saúde da mulher, diminuindo sua qualidade de vida.
Não existem ainda medicações capazes de destruir a Adenomiose.
A pílula anticoncepcional ou injeções hormonais são alguns dos tratamentos que podem ser efetivos.
Mas, para algumas mulheres, a única solução é a histerectomia, uma cirurgia para retirar o útero total ou parcialmente.
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