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Infelizmente não trago boas novas. Como há de convir, nossa saúde política respira com ajuda de aparelhos. Mas na espera de um tratamento intensivo, entre um muro e outro, tem gente que sequer mede as palavras para ganhar um lugar ao Sol. Defender um corrupto contra a corrupção. Homenagear um torturador. Votar por Deus e pela filha Mariana, e esquecer-se da cidade cujos interesses alheios a devastou. Apesar de tantos gols-contra, o que me traz aqui são outras aflições.

Desconheço seu nome, tampouco seu plano de governo. Mas reconheço o amor em comum pelo nosso berço e o orgulho do interior. Ao menos, é o que se espera de alguém que almeja conduzir a cidade. O que me preocupa mesmo é nosso ado não muito distante, mais precisamente há sete anos, no estupro da nossa principal praça de esportes, revestida por um canteiro de obras em plena região central.

Caro candidato, confesso que ar pela avenida Theodolino ainda me enoja. Mas nesse caso a indigestão não é seletiva. É por não conseguir engolir a institucionalização da hipocrisia no nosso esporte. Aqueles que lançaram um projeto para inglês ver, quem deveria investigar e corrigir os erros e não o fez, ou quem julga agora que está do outro lado do muro. Do gabinete da prefeitura ao plenário da Câmara. Arquibancadas para moradores de rua, tapumes para a criminalidade e ibilidade para super-heróis. Simples como bater um pênalti sem goleiro, é pedir a palavra em ano eleitoreiro.

Foram todos vocês que me saltaram aos olhos, estipularam um prazo e prometeram dias melhores em troca de uma manchete no jornal. Blasfêmia. Não eram suas famílias que enxergavam uma luz no fim do túnel com suas palavras, sem o a uma vida digna ou saúde de qualidade. Unidade Sem Atendimento. Basquete, tênis, futebol, natação, vôlei e lamento. A herança do nosso esporte é muito rica para ser novamente manchada por uma campanha eleitoral.

Ginásio Poliesportivo “General Mário Brum Negreiros”, até quando?

Querido candidato, peço perdão pelo meu pranto, mas é apenas um tanto da aflição que me corrói. Não leve nosso esporte na esportiva. Olhe por quem leva o nome da cidade afora, e por aqueles que por aqui matam um leão por dia para comer o pão que o diabo amassou. Certifique-se que o dinheiro chegou ao seu destino final. Seja coerente, honesto e leal, e use o palanque para escrever um novo capítulo dessa história, que por pouco não estampou uma página policial.