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Ficha Técnica – Meu malvado favorito 5n1m5

qua, 18 de janeiro de 2017 05:24

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Dados indicam que oito bilionários detêm mais dinheiro que a metade mais pobre do planeta. A pesquisa é divulgada na mesma semana em que Mick Jagger foi capa de revista como exemplo de trabalho na terceira idade. Mais misteriosa que a contratação de Neymar junto ao Barcelona, é a tese de que o mundo caminha para melhor. Um paraíso sublime, como se todos vivêssemos sob uma miríade de mármore, onde a comunicação fosse ditada por caneta nanquim e nosso transporte por pó de pirlimpimpim.

Perdoem-me os otimistas de plantão, mas toda opinião beira a fantasia quando formada do conforto de um sofá. No futebol, Felipe Melo é a principal contratação do atual campeão brasileiro. Em Uberlândia, ainda sonham com um clube do tamanho da cidade, enquanto em Araguari sequer investem num time profissional. A propósito, cadê o Ginásio? Dono de seis medalhas e uma coleção de troféus em 20 anos de seleção no vôlei, Bernardinho dizia que “há sempre alguém de plantão para achar que o certo é errado”. O problema é que este plantão anda virando expediente.

O certo e errado nada mais são do que frutos de nossas tenebrosas ambições. Mentalidade às avessas, júri bipolar, direita, esquerda, capitalista, comunista, bolivariano-esquerdopata, enquanto isso o negro apanha na favela, a polícia militar intimida mais um e um certo Jair sobe 3% nas intenções de voto, seguido até por certos políticos araguarinos. São muitos para julgar e poucos para exercer. Há 15 anos, Felipão enfrentava diferentes juízes ao descartar Romário para a Copa do Mundo. Acabou pentacampeão mundial. Há 10, Bernardinho cortava Ricardinho e terminava campeão pan-americano.

Não é apenas um jogo

Não é apenas um jogo

 

Lendo a coluna de Leandro Karnal na última semana, tive para mim um sentimento quase que anacrônico. No texto, ele utiliza as lendárias sagas de Giuseppe Garibaldi em Teano, na região da Campânia, no sul da Itália, e do encontro entre os libertadores da América San Martín e Simon Bolívar, em Guayaquil, no Equador. Como desvendar essas histórias, senão com a literatura e a imaginação? “Aumentamos tanto a comunicação que ela corre o risco de se tornar irrelevante”. É preciso falar sobre o que pensa e crê, não apenas na caixa de texto de um celular.

Seja no esporte, na política, na ponta do lápis ou da língua, falta gente para ditar o ritmo. Reunir as palavras no tempo certo e executá-las dentro do prazo. Enxergar além de uma manchete, fazer o que acredita, pensar jogadas e não transformá-las num jogo de interesses. Alguém que não se cale diante das hipocrisias de uma mesa de jantar e que coloque o dedo na ferida que hesita em cicatrizar. Que vê a realidade na sola do pé e não abre mão de fazer o bem sem olhar a quem. A desigualdade é real, e vai do vazio dos seus argumentos ao verde do seu jardim.

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